Satélite europeu captou vibrações de terremoto que atingiu Japão em 2011
As vibrações do terremoto que causou o devastador tsunami que atingiu o Japão há exatos dois anos foram captadas pelo satélite de observação Goce, da Agência Espacial Europeia (ESA).
Segundo as conclusões dos cientistas que analisaram os dados, o Goce detectou as ondas de som procedentes do tremor quando elas passaram por sua órbita, a aproximadamente 270 quilômetros da Terra, informou a ESA em comunicado.
Os acelerômetros do satélite registraram o deslocamento vertical da atmosfera circundante, da mesma forma que os sismógrafos captam terremotos na superfície da Terra. Isso aconteceu porque grandes abalos sismícos "fazem com que a superfície do planeta vibre como a pele de um tambor", explicou a agência europeia.
Esses terremotos dão origem a ondas de som que mudam de tamanho conforme se propagam pela atmosfera – de vários centímetros na superfície, passam a ter quilômetros em altitudes superiores a 200 km.
O Goce é equipado com um inovador instrumento que compensa instantaneamente qualquer alteração ou resistência que atravessa a atmosfera. O satélite permanece ultraestável em baixa órbita para poder coletar "medidas" da gravidade terrestre. Graças a ele, é possível deduzir a densidade atmosférica e os ventos verticais que passam através dele.
Rafael García, do Instituto de Pesquisa em Astrofísica e Planetologia, explicou que "os sismólogos estão especialmente emocionados com essas descobertas". O motivo, segundo García, é que "eles eram os únicos cientistas da Terra sem um instrumento espacial que pudesse ser diretamente comparado com os usados em solo. Com essa nova ferramenta, já é possível se basear no espaço para compreender o que ocorre sob os nossos pés".
A animação mostra como o terremoto que atingiu o Japão em 2011 provocou ondulações na atmosfera. Como as ondas sonoras do terremoto viajou para cima, eles provocou mudanças na densidade do ar, que foram detectados pelo satélite da ESA gravidade GOCE enquanto cruzou a frente de onda.
ESA/IRAP/CNES/TU Delft/HTG/Planetary Visions