Terremotos estão aumentando?

(Reprodução modificada de matéria do sítio apolo11.com)

Apesar dos acontecimentos ocorridos no Haiti, Turquia, Chile e Baixa Califórnia no ano de 2010 e outros eventos entre 2011 e 2012, inclusive aqueles de menor intensidade no Brasil, chamarem a atenção da imprensa e das pessoas de modo geral, não existe qualquer comprovação científica de que os tremores estejam aumentando.

Existem diversos fatores que contribuem para essa sensação, mas a rápida expansão nas telecomunicações e o aumento das estações registradoras são apontados como o principal responsável por essa impressão.

Em 1931, a rede sismográfica mundial contava com menos de 400 estações registradoras e atualmente esse número ultrapassa 4 mil. Somente os EUA possuem 8 mil estações. Isso faz com que centenas de tremores que antes não eram registrados, sejam informados quase em tempo real.

Eventos com magnitude entre 7.0 e 7.9, ocorrem em média 14 vezes ao ano, mas a maioria deles é registrada em áreas inabitadas e quase ninguém repara. Tremores como o que aconteceu no Chile, de 8.8 graus ocorrem em média duas vezes ao ano, mas a maioria das pessoas nem se quer dá conta, justamente por ocorreram em alto mar ou em ilhas desabitadas.

Para os pesquisadores (geólogos, sismólogos e geofísicos) um dos fatores que contribui para a sensação de aumento é o fato de que os tremores de grande magnitude têm ocorrido em áreas com adensamento demográfico e em período de tempo muito curto. Isso leva a uma falsa perspectiva que a Terra esteja passando por um processo geológico não conhecido, que estaria levando a uma maior instabilidade tectônica.

Tabela mostrando a média anual de abalos sísmicos a partir da magnitude 5.0 (2001 a 2010):

Mag/Data

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Média Anual

8.0 a 8.9

1

0

1

2

1

2

4

0

1

1

1

7.0 a 7.9

15

13

14

14

10

9

14

12

16

23

17

6.0 a 6.9

121

127

140

141

140

142

178

168

144

150

134

5.0 a 5.9

1224

1201

1203

1515

1693

1712

2074

1768

1896

2209

1319

Total

23534

27454

31419

31194

30478

29568

29685

31777

14825

21554

 

Mortes

21357

1685

33819

228802

88003

6605

712

88011

1790

320120

 

                                                                (modificado por Eduardo Salamuni)